Mogi das Cruzes é um município brasileiro do estado de São Paulo, na região metropolitana da capital do estado. A população em 2010 segundo o Censo demográfico é de 387.241 habitantes, o que resulta em uma densidade demográfica de 533,90 hab/km².[4]
Segundo as normas ortográficas vigentes da língua portuguesa este topônimo deveria ser grafado Moji pois prescreve-se o uso da letra "j" para a grafia de palavras de origem tupi-guarani. O nome vem do tupi MBoiji (ou MBoîj), Rio das Cobras (referindo-se ao Tietê, o qual em seu alto curso cruza o município). Ao longo dos anos, a grafia MBoijy foi alterada para Boigy, depois para Mogy, Mogi e finalmente para Moji.
Na ortografia da língua portuguesa, prescreve-se o uso da letra "j" para palavras de origem tupi-guarani. Assim, tanto o dicionário Houaiss como o IBGE usam a grafia Moji. Historicamente, no entanto, o uso mais comum, apoiado pela administração pública e pela imprensa é Mogi para o nome da cidade. Dois outros municípios que usam o nome de Mogi são Mogi Guaçu e Mogi Mirim.
Entretanto, por se tratar de topônimo com tradição histórica secular e uso consagrado pelos brasileiros, a grafia com "G" é a correta, assim como "Sergipe", de acordo com a norma ortográfica vigente em sua Base XI.
Base XI - Nomes Próprios: regras do Formulário para aportuguesamentos e nomes próprios. Ressalva ao direito de manter a grafia original dos nomes próprios de pessoas e empresas. Exceção feita aos topônimos de tradição histórica, tais como "Bahia".
Mogi das Cruzes começou como um povoado, por volta de 1560, servindo como um ponto de repouso aos bandeirantes e exploradores indo e vindo de São Paulo, entre eles Brás Cubas. Gaspar Vaz Guedes foi responsável pela abertura da primeira estrada entre à Capital e Mogi, iniciando o povoado, posteriormente elevado à "Vila", com o nome "Vila de SantAna de Mogi Mirim".[7] O fato foi oficializado em 1º de setembro de 1611. Em 13 de março de 1865 foi elevada à cidade, e em 14 de Abril de 1874 à comarca.
Mogi das Cruzes acolhe colônias de todos os cantos do mundo, com destaque especial para a colonização japonesa, com uma grande quantidade de japoneses e seus descendentes (aproximadamente 8% segundo a prefeitura), que já estão em sua terceira geração no município. Além disso, o município possui uma considerável população nordestina, sendo que a maioria veio para Capital e depois mudaram-se para Mogi das Cruzes em busca de qualidade de vida.[8][9]
Mogi das Cruzes situa-se a uma altitude média de 780 metros. Seu ponto mais alto é o pico do Urubu, localizado na serra do Itapety. O município é cortado por duas serras: a serra do Mar e a serra do Itapety e ainda pelo rio Tietê. Em seu território se encontram duas represas que fazem parte do Sistema Produtor do Alto Tietê, os reservatórios de Taiaçupeba e do rio Jundiaí.
O clima do município, como em toda a Região Metropolitana de São Paulo, é o subtropical. Verão pouco quente e chuvoso. Inverno ameno e subseco. A média de temperatura anual gira em torno dos 20°C, sendo o mês mais frio julho (média de 15°C) e o mais quente fevereiro (média de 23°C). O índice pluviométrico anual fica em torno de 1.300 mm.
Mogi das Cruzes está situada na região leste da Grande São Paulo, no Alto Tietê. O ponto de referência é o marco zero, um obelisco instalado na Praça Coronel Almeida, em frente à Igreja Matriz Catedral SantAna.
Os limites são Santa Isabel a noroeste e norte, Guararema a nordeste, Biritiba-Mirim a leste, Bertioga e Santos a sul, Santo André a sudoeste, Suzano a sudoeste e oeste, Itaquaquecetuba a oeste e Arujá a noroeste.
Após a capital, Mogi das Cruzes é o maior município em área da Grande São Paulo, com 725 km².
Cor/Raça | Percentagem |
---|---|
Branca | 52,1% |
Negra | 4,2% |
Parda | 28,8% |
Amarela | 14,8% |
Indígena | 0,1% |
Fonte: IBGE
O município é servido pelos trens da Linha 11 da CPTM da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e conta com quatro estações ferroviárias:
Atualmente duas empresas operam o sistema de ônibus urbano municipal, a CS Brasil e a Princesa do Norte, no Sistema Integrado Mogiano, o SIM, que é uma integração tarifária entre as linhas, através de um cartão eletrônico e dois terminais urbanos, o Terminal Central, que se interliga a Estação Mogi das Cruzes da CPTM e o Terminal Estudantes, que fica próximo da estação de mesmo nome, também da CPTM e das Universidades da cidade.
Também faz parte da Area 4 da EMTU, com o Consórcio Unileste, com linhas intermunicipais, que liga a cidade com as demais cidades da região do Alto Tietê e com a capital.
Há ainda os ônibus rodoviários que partem do Terminal Rodoviário Geraldo Scavone, para a capital e litoral, além de outros estados.
O município é cortado e servido pelas seguintes rodovias estaduais:
Mogi das Cruzes conta com duas universidades de grande porte, a Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) e a Universidade Brás Cubas (UBC), duas faculdades (Clube Náutico Mogiano e Instituto de Filosofia e Teologia Paulo VI), uma unidade de educação a distância da Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, e um campus da Faculdade de Tecnologia de Mogi das Cruzes, sendo esta última vinculada ao Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza.[11]
Em relação ao ensino técnico, a cidade abriga diversas escolas técnicas particulares e a ETEC Presidente Vargas, vinculada ao Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, foi fundada em 1948 e em funcionamento desde 1957.
Em relação ao ensino básico (ensino fundamental e ensino médio), de acordo como o Ministério da Educação, entre as dez escolas com médias mais elevadas do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) da Região do Alto Tietê, cinco estão no município – incluindo a que conquistou o primeiro lugar entre as instituições do primeiro ciclo do ensino fundamental (1ª a 4ª série), a Escola Municipal Professor Jair Rocha Batalha, que obteve nota 6,5 em uma escala de 0 a 10. A nota coloca a escola entre as poucas do país com qualidade de escola de país desenvolvido. Para entrar neste seleto grupo, uma escola deve obter uma nota maior ou igual a 6 no IDEB.[12]
Levantamento pelo instituto Trata Brasil, com base nos dados fornecidos pelo Ministério das Cidades mostram que o município de Mogi das Cruzes tem o 9ª melhor sistema de saneamento básico entre os 79 municípios brasileiros com mais de 300.000 habitantes. O município tem 96% de atendimento de água e 91% de atendimento de esgoto. Não é a primeira vez que o município por meio do SEMAE (Serviço Municipal de Águas e Esgotos de Mogi das Cruzes) ocupa uma boa posição nesse quesito, Mogi das Cruzes ocupou a 10ª posição em 2004 nessa mesma pesquisa.[13]
Mogi das Cruzes tem uma economia muito diversificada. Temos uma agricultura muito forte: é o maior polo produtor de hortaliças, cogumelos, caqui, orquídeas e nêsperas do Brasil. Por outro lado é uma cidade que vive uma expansão industrial forte, temos 891 indústrias na cidade, entre elas a General Motors (GM), a Valtra controlada pela AGCO Corporation, que é a maior fabricante de tratores agrícolas do Brasil, e a Gerdau. O setor industrial emprega 20 mil pessoas . No setor de serviços temos 21 mil pessoas empregadas e temos duas das maiores empresas de telemarketing do País, a Tivit e a Contractor, que empregam mais de 5 mil pessoas. No comércio temos 7.200 estabelecimentos comerciais e 17 mil pessoas empregadas.
A nossa economia tem crescido 5% ao ano. Isso acontece exatamente pelo número de empresas que estão se instalando na cidade e por termos uma economia tão variada, que não permite que entremos em crise. Tem dia que a agricultura não vai tão bem, mas a indústria vai bem e isso gera esse crescimento, o nosso orçamento cresceu mais de 10% do ano passado para este. Temos 20 empresas em construção, 13 estão elaborando projetos, 13 empresas incubadas e duas estão em tramitação dentro da prefeitura. Ao todo são 48 empresas que devem gerar 8.035 empregos diretos.
No espaço de 15 milhões de metros quadrados a prefeitura oferece incentivos fiscais, que variam de acordo com o faturamento e geração de empregos do empreendimento e já abriga 35 indústrias, entre elas a GM Motors e a Kimberly Clark.
Mogi das Cruzes tem notável potencial turístico, um levantamento feito pela prefeitura constatou que o município tem cinco atrações turísticas: Pico do Urubu (Serra do Itapeti), Parque Centenário (César de Souza), Parque Leon Feffer (Brás Cubas), Pedreira de Sabaúna e a Represa do Rio Jundiaí (Taiaçupeba). São locais de conhecimento dos habitantes locais, mas que não foram devidamente explorados.[14]
Além dessas atrações naturais e parques, Mogi das Cruzes conta desde 13 de junho de 2009 com um "Expresso Turístico". Trata-se de uma locomotiva da CPTM que puxa dois vagões fabricados na década de 1960, entre as estações da Luz e Mogi das Cruzes.[15]
Mogi das Cruzes possui produção cultural nas mais variadas vertentes artísticas. Possui dois teatros municipais: o Theatro Vasques, inaugurado em 1902 e recentemente restaurado, localizado no Largo do Carmo, e o Teatro Dr. Bóris Grinberg, inaugurado em 2007, localizado no bairro Nova Mogilar.
O "Salão da Primavera" - exposição artística de quadros sobre o tema - é um dos mais antigos da região. São diversas academias de dança, companhias teatrais, músicos, pintores, fotógrafos, escritores.
Também é da cidade o grupo teatral mais antigo da Região do Alto Tietê, o "TEM - Teatro Experimental Mogiano" fundado em 1965, onde atuou Ricardo Blat.
O cartunista Maurício de Sousa, apesar de nascido no município vizinho de Santa Isabel, iniciou sua produção artística durante o período em que morou em Mogi das Cruzes, produções estas distribuídas nos veículos de mídia do município e da região. Vários de seus personagens mais famosos foram inspirados em habitantes de Mogi das Cruzes.
Além disso, existe em Mogi das Cruzes uma antiga música para orquestra e coro composta no Brasil. Trata-se da Ladainha de Nossa Senhora Aparecida, composta por Faustino Xavier do Prado, mestre-de-capela da igreja do Carmo de Mogi das Cruzes, no início do século XVIII (entre 1725 e 1740).
Seguindo essa tradição musical, há em Mogi, atualmente, uma banda sinfônica e uma orquetra sinfônica: a Banda Sinfônica Jovem Mario Portes, que tem como regente o maestro Daniel Bordignon; e a Orquestra Sinfônica de Mogi das Cruzes, que tem como regente o maestro Marcelo Jardim.
O CECAP - Centro Cultural Antônio do Pinhal fundado em 15 de dezembro de 2006, desenvolve um conjunto de atividades artísticas culturais, onde oferece gratuitamente o Curso de História da Arte do Século XX, que resgata a história da arte e o artista mogiano.
Em 2011, pela primeira vez, o município de Mogi das Cruzes sediará os Jogos Abertos do Interior de São Paulo de 2011. O evento deve reunir mais de 15 mil atletas profissionais e amadores.[16]
A cidade foi pré-selecionada para sediar os Centros de Treinamento das Seleções para a Copa do Mundo FIFA de 2014.[17]